Escríbale al autor

Hugo Adrián Martinez
(Montevideo, 1977)

 

Nació en Montevideo, pero vive en São Paulo desde sus primeros meses de vida. Tiene un libro de poemas publicado, otro listo para la prensa y participa en un proyecto junto con otros tres jóvenes escritores que puede ser revisado en: www.estomagar.blogger.com.br. Actualmente estudia Letras en Español en la facultad de Anhembi Morumbi, São Paulo.

 

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SONHOS QUE NÃO SÃO...

O cão joga da sarjeta um fluído venenoso, mescla de lágrima e esperma, redemoinha no bueiro e cai dentro do sonho.

A moça, fria costela, doce serpente, quebra as retinas do peão, rodopia o suspiro feito pião no centro do sonho.

As cálidas mãos sempre acordam as crianças sem dentes e plenas de inveja, só silêncio sabem elas pronunciar no meio do sonho.

As esquinas, as palavras, as jogadas, as primitivas frases, os versos, cascatas de fúria, sem vento nem tempo no sonho.

O ébrio tem no peito as flechas de beijos longos, as constelações dos postes de luz, abre os olhos e está no sonho.

O amante inverte as ruas da janela de seu quinto andar, as ondas trafegam na entrada do seu sonho.

O tédio do sofá levanta a bunda, o copo da água pega a mão, a queda apática na cama e sonho.

A prata da lágrima estanca os lábios, soluça despedaços de vidros lá do alto, sem asas, chove vidro no sonho.

Os vizinhos tomados pelo samba fincado em viadutos paralelos de música e aflição entre carros e sonhos.

Na cidade todos os sonhos são, todos os sonhos são na cidade um só sonho...

 

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