As
imagens eram pálidas quando as deixei
Vieram rastrear minhas pegadas baixo a lua onde
pisei
Senti a solidão ao voltar- me ao redor e
nada ver
E me perdi no coração do bosque sem
deixar pó
Não
tinha mais nada: água, música nem
fé
Era um ser coagulado, era um ser em pé
Era desesperador o vento vazio na fronte
Mas eu, ereto como as arvores e transeunte como
ponte
E
de tudo me diferenciava se quisesse correr
Esse grito do fêmur, esse calcanhar alado
O equilíbrio do passo, sempre a espreita
e calculado
Enormes eram os mapas dos meu calos
As
estrelas coroavam as copas dos ciprestes
Eu tirei as luvas e andei descalço entre
o logo
Eram a brisa, a águia, meus pés eram
meus guias
Eram meus pés que denunciaram minha idade
e repertório
Nada
vale mais que os calos dos sapatos
Não há caminho, há caminho
a fazer
Descanso no lago, me fecho em uma conclusão
Já diria o revolucionário:
"É melhor morrer de pé
do que morrer ajoelhado"